segunda-feira, 22 de junho de 2009

Esta noite tive um sonho...

Sonhei que ia ter um primeiro encontro com um rapaz. Não sei o que proporcionou este encontro, mas ele caminhava ao meu lado e assim íamos quando o "pouco à vontade" inicial vai, lentamente, dando lugar a um maior à vontade...
(ou seja, quando para mim mesma, a situação começa a ser normal e a aceito como tal)
Durante o longo caminho, que percorremos a pé, eu ia encontrando pessoas conhecidas. Demasiadas pessoas conhecidas. Amigas minhas que me "piscavam o olho", como se de um incentivo se tratasse e veio-me à memória uma tão sábia frase de uma delas: "não o deixes fugir...". E ele não fugia e mantinha-se "fielmente" ao meu lado.
(só eu sabia o que me ia na cabeça, porque se ele soubesse a minha confusão mental - um misto de receio, de esforço para controlo de emoções, o enfrentar de uma situação completamente nova para mim -, acredito que teria ido embora mais cedo)
Entrámos num restaurante e deparo-me com um dos meus irmãos e família a jantar numa mesa. Estavam de costas. Felizmente, consegui sair sem que me vissem. O rapaz continuava ao meu lado, sem fazer perguntas, mas lembro-me dele referir, em tom de brincadeira, que mais tarde teria de o "compensar" por estas voltas que estávamos a dar. Entretanto, verifiquei que não tinha o telemóvel e voltámos todo o caminho para trás, à sua procura. Ele encontrou-mo e então, retornámos para outro restaurante, onde pudessemos estar mais à vontade...
(num primeiro encontro tenho de ser só eu e ele, e nada de mais conhecidos pelo meio. Por algum motivo é-me fundamental ter espaço só para mim e para ele, para poder assentar ideias e perceber o que se passa na minha cabeça, assim como dar maior liberdade às minhas emoções e sentimentos)
Entrámos noutro restaurante, que tinha um primeiro andar para o qual seguimos e onde estava a sala da restauração. Ao entrar na sala, encontro novamente o mesmo irmão que tinha visto no outro restaurante, a jantar com a família e amigos. Sei que tentei novamente "fugir" sem que ninguém me visse, descendo as escadas... Mas o caminho estava agora barrado e não havia fuga possível por ali. Tive de voltar a subir. Além destas minhas fugas poderem ser, no mínimo, estranhas para o rapaz que me acompanhava, ele lá estava, e não me fazia perguntas nenhumas sobre a minha reacção de "tentativas de fuga" para que ninguém me visse, para que ninguém nos visse.
(Para que ninguém dos que me são mais próximos soubesse que também tenho desejos, que também estou neste mundo e não sou propriamente transparente - mesmo que na maioria das vezes eu pense que sim. Sim, tenho direito a poder ter alguém e sobretudo, que mereço ter alguém. Mas tenho a sensação que habituei todos à minha volta e, sobretudo, eu habituei-me à minha solidão crónica. E precisava de espaço para mudar isso, antes de passar a explicações de coisas que nem eu própia sabia como iriam acabar, nem mesmo se iriam começar)
Resignada, voltei a subir as escadas, numa esperança vã de não ser ainda descoberta. Mas nisto, o meu sobrinho vê-me e exclama um sonoro: olha a Tia Eva! E para cúmulo, noutra mesa estava o meu outro irmão, também a jantar com a familia. O meu acompanhante, parece que me leu o pensamento e afastou-se um pouco, de modo a não se notar a relação entre ambos. Lá fui falar com eles, que curiosamente não me perguntaram o que eu estava ali a fazer "sozinha"... Assim fiquei num impasse, entre o assumir o que tinha ido lá fazer... e a ver o rapaz a andar pelo restaurante, à espera que eu me decidisse. Eu levei tempo a decidir... Sei que ele apassou por mim e seguiu.

Entretanto, encontro-me a ir para o carro, sozinha, curiosamente pelas ruas de Lisboa...

A ele, nunca mais o vi.

5 comentários:

eva disse...

E enquanto escrevia este post, consulto o meu signo, por curiosidade e deparo-me com isto:

"Só uma coisa torna um sonho impossível: o medo de fracassar…" As barreiras, condicionamentos e restrições que colocamos a nós mesmo, esses sim, são os nossos maiores entraves...

Acho que tenho aqui a minha resposta...

:) disse...

Compreendo-te. Criamos uma espécie de imagem de marca, por sermos solitários (ou o contrário) e ficamos tão colados a essa maneira de nos verem que temos receio da sua reacção caso mudemos para o oposto.

Ficamos com medo das perguntas, das dúvidas e dos comentários: "Elah!! Já arranjou namorada?! Não acredito!" ou "Apresenta-a já, vão casar?".

Enfim... deixem-nos em paz.

eva disse...

gimbras: concordo com esse "deixem-nos em paz"...
Sendo uma situação tão nova, certamente precisaremos de muito tempo para a assimilar e ver se é mesmo verdade, sem mais opiniões alheias... Mas se o tempo for demasiado tb se pode perder o que tão facil ou dificilmente se conquistou... Foi o que aconteceu neste sonho.

S. C. R. disse...

Tens de perder esse medo. O sonho veio mostrar-te que tens de enfrentar as coisas, as pessoas. Afinal de contas, que mal tinha ires jantar com um rapaz?
Acabaste por perdê-lo por não teres coragem de lhe dar a mão e levá-lo a sentar-se contigo. Independentemente de quem estava á tua volta.
mas eu sei que um dia vais conseguir libertar-te disso. Eu sei...
Grande lição o teu sonho. Não o deves esquecer.

eva disse...

Segredo: sem dúvida que foi um sonho que me fez muito sentido. Espelhou muita coisa... desta vez o subconsciente estava bastante consciente...