domingo, 10 de agosto de 2008

Paz Aparente

Não gosto de ver as pessoas tristes... Ninguém gosta. Tal como não gosto de estar triste durante muito tempo. Faz-me muito mal à alma e ao corpo... A tristeza traz coisas más... pensamentos maus que nos deitam abaixo. Sei do que falo. Até há uns tempos, andava muitas vezes triste... ou tinha dias... E o que vinha à cabeça era, nada mais, nada menos que todas as minhas frustações... De manhã só apetecia ficar deitada... E quando me levantava, parecia que tinha sido atropelada por um camião, tal era o atrofio muscular... pensei que fosse alguma carência alimentar (algum nutriente que me estivesse a faltar)... associada, claro está, a uma carência afectiva (mas isso são outras conversas...)... Fazia o trabalho na loja (que felizmente existe e me obriga a sair de casa e a ver gente), mas o restante trabalho (mais vocacionado para a minha área de formação e que, em parte, consigo fazer em casa) ficava um tanto ou quanto esquecido... As coisas não rendiam muito... o tempo passava sem eu conseguir fazer nada de jeito. Tudo isto era uma bola de neve que se tornava cada vez mais pesada... a contribuir para o aumento da minha fraca auto-estima...

Mas um dia percebi... e decidi proibir-me de voltar a ter esses pensamentos derrotistas. Não podem voltar, ou pelo menos, permanecer durante muito tempo...

Disse-lhes NÃO. E voltarei a dizer se me voltarem a chatear...

Percebi que estas lutas que travava com a consciência, apesar de fazerem falta especialmente nos momentos de recolhimento e reflexão, estavam a assumir proporções demasiado grandes e que não estava a conseguir comportar...

E desde aí sinto-me muito melhor... e lembro-me disso, nos momentos menos bons. Foi algo que aprendi sozinha... mas que ficou bem apreendido!

Assim o espero!

No entanto, ainda tenho algumas dúvidas na forma como disse esse não... Um dia li qualquer coisa onde o termo "paz aparente" estava mencionado. Na altura encaixou-se que nem uma luva... E permanece gravado na memória... Tenho um certo receio que esta "paz aparente" um dia rebente, se dissipe e me volte a atirar ao tapete...

4 comentários:

Ti disse...

O facto de teres sabido dizer Não foi um grande passo...o resto, o tempo o dirá...mas não te preocupes c isso agora. Qt a mim (a Ti, lol) estarei cá para o q for preciso :) Bj.

eva disse...

Tenho sentido a tua/vossa presença!
E isso é muito bom! Obrigada ;)

Anónimo disse...

Mas é precisamente nesses ciclos em que temos a tal paz aparente e ela se dissipa que as coisas dentro de nós vão ganhando consistência novamente.

Agni disse...

É como o botão da luz, nem sempre em cima, nem sempre em baixo... São terriveis as fases essas, né? Às vezes só apetece (apetecia) "apagar a luz" e "dormir, dormir, dormir", para não ter k ser assolada por constantes pensamentos/tormentos, k vêm à cabeça sem sabermos de onde vêm, sem seker pensarmos neles, tipo legenda de rodapé k vai passando, incessantemente sem parar e quase parece levarmo-nos à loucura. Dps "acordamos" e lá ficamos bem, ou pelo menos bem melhor e pensamos, "a partir de agora qd ficar dowm é assim k tenho de fazer". Mas um dia sem darmos por ela, lá vem outro down e por mais k keiramos não conseguimos sair dele, como tão simples pareceu da outra vez, mas só no fim de termos saído. Raio de ciclo este, detesto sentir-me numa montanha russa de sentimentos, ora bem, ora mal, ora mal, ora bem... pk na podia tudo ser mais simples?!... Axo k os "ups" e os "downs" irão acompanha-nos até ao fim dos dias, mas se fizermos por isso, os "downs" podem ser cada vez menos "downs" e os "ups" cada vez mais "ups"...