sábado, 2 de agosto de 2008

Fez-se luz... e o adeus chegou

Relativamente ao assunto do post anterior, posso dizer que andei o dia todo meio "nervosa" e estranha. Um friozinho na barriga... que, confesso, já me estava a irritar. O dia passou, fui dormir... Geralmente, de manhã, quando acordo mais cedo, tenho o bom...(ou mau!) costume de ficar a pensar um pouco na minha vida (e os pensamentos fluem muito mais naturalmente)... foi o que aconteceu... Finalmente percebi o que eu já sabia, mas que só agora se revelou e pude interiorizar...
Quando se passa a primeira vez pelas situações, tudo é novo... Embora se queira muito uma coisa, a insegurança também é grande, e poderemos sempre pensar que não fizemos o suficiente, ou que não sabemos fazer as coisas... E que por isso, seremos culpados das situações! Ora, o motivo da minha revolta prende-se precisamente com a minha primeira relação a dois, se é que lhe poderei chamar isso...
Ele surgiu de repente na minha vida, caído do Céu... Conhecemos-nos sem intermediários nenhuns, por motivos meramente profissionais, ou quase, poderei assim dizer... No dia do primeiro encontro, eu convenci-me que não iria sentir nada, não se iria passar nada e iria ser eu própria... (é que quando fico nervosa, mascaro a minha maneira de ser, e a timidez arrasa-me)... (agora já estou melhor, atenção!) Tudo se passou bem... consegui não sentir nada e tudo ficou controlado!
Continuámos a encontar-nos, pois ele era de fora e tinha ido estudar para a minha cidade, precisava de orientações... Além disso, poderia surgir uma boa relação de amizade! Eu acredito, ou tento acreditar, que duas pessoas de sexos opostos possam simplesmente ser amigas sem vir misturar sentimentos mais profundos... ou pelo menos seria uma forma de ter a situação controlada...mas sou ainda muito ingénua.
E assim, o tempo foi passando, as coisas foram acontecendo, devagar... e naturalmente. Gostavamos da companhia um do outro... e aos poucos as coisas começaram a querer acontecer... Mas, nas minhas defesas, pus-lhe travões... e fugia a cada investida, não por vontade, mas por instinto... O tempo (meses) foi passando, sentia-me muito bem com ele, mas não sabia bem o que chamar ao que estava a sentir... nunca imaginei bem o que é ser desejado, nem nunca pensei que isso se pudesse passar me relação a mim... consequentemente, acho que nunca consegui confiar totalmente... eramos diferentes... eu sentia-me insegura... Até que um dia, acabei por deixar acontecer... mas o nosso primeiro beijo, foi também o último... quando me consegui começar a entregar ele quis mais... foi o fim, no começo...
O tempo foi passando... tentei sempre manter contacto... mas as respostas começaram a escassear... a tardar, a deixar de vir... tudo isto após me ter dito que estaria sempre disponível para ser meu amigo... Eu acredito que a amizade é possível, mesmo após as relações. Há sempre algo de bom nas pessoas, que nos fez gostar delas e que não desaparece de um dia para o outro. Isso pode ser aproveitado e, se as coisas não dão certo num sentido, poderão dar noutro! Não me faz sentido o adeus para sempre, sem qualquer explicação, e pelo menos nesta situação em que nada de muito grave se passou...
Fiquei angústiada, sem perceber o que tinha realmente acontecido... correu mal muito por culpa minha (com esta idade já deveria ter alguma escola, não é o que se diz? - apesar disso não me importar nem um pouco)... mas também percebi que se ele gostasse realmente de mim... teria esperado, até porque nunca lhe disse definitivamente que não...sentia um carinho muito grande por ele...
Passaram mais de 7 meses... eu tentei esquecer... mas nunca percebi realmente este afastamento súbito... Até que agora, vindo do nada, voltou a falar comigo e a perguntar se eu estava bem, o que andava a fazer... que acreditava que eu ia conseguir os meus objectivos, etc, etc... Eu não percebi o porquê deste ressurgimento das cinzas... mas ele não me foi nada indeferente, quando eu pensava que fosse ou queria que tivesse sido.
Deu para perceber que afinal não está "zangado" comigo... eu também não estou "zangada" com ele, nem nunca estive... apesar de, na altura, me ter sentido magoada com a situação...
Agora, parece que saiu um peso de cima de mim... ele está lá (longe) na vida dele... eu estou na minha... já não sinto aquela tentação de falar com ele. Se ele falar, tudo bem, vou levar isso na desportiva...

Estou mais calma e serena...

As boas recordações vão permanecer... mas não passarão disso... as recordações da primeira vez que me senti especial e que a minha vida poderia estar a mudar...

C'est fini...

Após este post, sinto-me meio "despida"... postei-o e apaguei-o, mas ele voltou... foi necessário para por mesmo um ponto final nisto tudo.

3 comentários:

nando disse...

Que texto tão intimista... Tão exposto...
:)

«Tudo se passou bem... consegui não sentir nada e tudo ficou controlado!»
Ou não... Ou não... :P

«nunca imaginei bem o que é ser desejado, nem nunca pensei que isso se pudesse passar me relação a mim...»
Porque acharias tal?
:)

«Eu acredito, ou tento acreditar, que duas pessoas de sexos opostos possam simplesmente ser amigas sem vir misturar sentimentos mais profundos... ou pelo menos seria uma forma de ter a situação controlada...mas sou ainda muito ingénua.»
Claro que podem. Assim como a tua melhor amiga mulher se pode apaixonar por ti... Não há regras quadradas nas relações humanas, sabes... :)

«As boas recordações vão permanecer... mas não passarão disso... as recordações da primeira vez que me senti especial e que a minha vida poderia estar a mudar...»
Guardar boas recordações é muito bom. Tentar à partida determinar até onde irão... Muito mais complicado... :)

Ti disse...

Ainda bem que isto aconteceu agora...senti, no teu texto, que aquilo não estava bem resolvido, e coisas mal resolvidas perseguem-nos uma vida inteira... melhor assim. Bj.

Agni disse...

Ya foi mm melhor assim, nada de pontas soltas, são assombrações pó resto da vida... E sim 2 pessoas de sexos opostos podem ser amigas (pelo menos na nossa cabeça), mas podem sim e melhor ainda é apesar da tão grande angustia k por vezes se faz sentir e raiva e mais isto e mais akilo, qd acalma não há nunca lugar ao rancor no nosso coração... Ingenuidade?! Talvez... Eu costumo mm dizer a mim mm "és munta parva", mas antes assim ;)